Nos dias 23,24 e 25 de julho, o CEAAL participou da Maratona da Via Láctea, que é mais um evento do IYA 2009 Brasil.
Neste mês de julho, demos início à participação do CEAAL em mais um evento do Ano Internacional da Astronomia 2009. O evento chama-se “Maratona da Via Láctea” e denota a contribuição do Brasil ao Dark Skies Awareness, um dos 11 Projetos Fundamentais do AIA 2009.
O objetivo do Dark Skies Awareness é aumentar o conhecimento da população mundial sobre o uso excessivo de luz artificial e seus danos ao meio ambiente, ajudando as pessoas a perceberam a perda crescente do céu noturno nas cidades. Vários programas de divulgação estão sendo realizados ao redor do mundo durante todo este Ano Internacional da Astronomia, com cada país participante desenvolvendo projetos em particular.
No Brasil, foi lançada a Maratona da Via Láctea, uma campanha da coordenação nacional do AIA no Brasil contra a chamada Poluição Luminosa, que é resultado de iluminação artificial (especialmente pública) inadequada, fazendo com que boa parte (podendo chegar a 40%) da luz de luminárias públicas e particulares mal projetadas se direcionem ao céu. Lá, essa luz disperdiçada sofre dispersão pelas partículas existentes na atmosfera e impedem que observemos um céu puro e natural, criando uma névoa alaranjada que acaba reduzindo violentamente o número de estrelas e outros astros que poderiam ser observados a olho nu.
A Maratona da Via Láctea tem, desta forma, o objetivo de “conscientizar a população brasileira dos efeitos indesejados da poluição luminosa”. Está sendo realizada nos meses de junho, julho, agosto e setembro, sempre na semana de Lua Nova. Consiste numa sessão pública de observação do céu, na qual os participantes do público podem, eles mesmos, fazer “a sua própria medida da intensidade da poluição luminosa em sua cidade e entender o que ela traz de prejuízos ao céu noturno, ao meio ambiente e aos nossos bolsos”.
Em Alagoas, o CEAAL iniciou sua participação na campanha em julho, com eventos programados para os dias 23, 24 e 25.
No dia 23, quinta-feira, levamos nossos telescópios ao Salvador Lyra, à praça central do conjunto. Lá aguardamos o tempo melhorar, pois estava de início parcialmente encoberto, havendo apenas algumas janelas entre as nuvens, que muito raramente coincidiam com a região da constelação do escorpião, cuja observação era de vital importância para esta campanha. Devido a essas condições, poucas pessoas se aproximaram e tiveram interesse em esperar alguma melhora no tempo. Após quase uma hora da nossa chegada, as nuvens cederam um pouco e Júpiter surgiu próximo ao horizonte leste, permitindo sua observação por alguns transeuntes. Pudemos fazer o procedimento completo de explicação da poluição luminosa e medição da magnitude limite do céu com apenas quatro pessoas, as quais atribuíram magnitude limite 4 ao céu daquela região periférica de Maceió.
Já na sexta-feira, as condições meteorológicas eram favoráveis, com apenas algumas nuvens baixas no céu, que nada interferiram na observação pública. Dirigimos-nos ao CEPA e disponibilizamos três telescópios, sendo um no interior da cúpula do Observatório Genival Leite Lima, e outros dois à frente do CECITE (prédio que abriga o observatório). Quase 40 pessoas subiram à cúpula, onde puderam observar principalmente o planeta Júpiter, além de participar da Maratona. Ao todo, mais de 60 participantes do público foram atendidos na noite, aos quais pudemos explicar o fenômeno da poluição luminosa e seus efeitos danosos, e, posteriormente procedendo com o roteiro de medição da magnitude limite do céu, obtivemos, da maioria, a nota 4, havendo também quem atribuísse nota 5.
O evento do sábado, dia 25, estava agendado para a nossa sede, na Usina Ciência, e lá nos encontrávamos à espera de visitantes, como sempre fazemos aos sábados à noite. Mas o tempo estava encoberto e até chegou a chover, o que impediu a prática das atividades da Maratona, e até a presença do público.
David Duarte C. Pinto
Coordenador da Maratona da Via Láctea no CEAAL
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